A ampliação da mobilidade urbana e da oferta do transporte público é um desafio para as grandes cidades e, em Contagem, esse assunto tem sido tratado com a relevância que merece. Tanto é que, há menos de uma semana do fim das eleições na cidade, a prefeita de Contagem, Marília Campos, aproveitou a oportunidade para participar da audiência pública que está discutindo a renovação do contrato da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e pleitear a inclusão duas importantes medidas que beneficiarão, não só Contagem, como a Região Metropolitana, no diz respeito à modernização e diversificação do transporte público.
Promovida ontem, quinta-feira (10/10), pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Belo Horizonte, a audiência teve como objetivo levantar sugestões para aprimorar o projeto de prorrogação do contrato por mais 30 anos, o que deve gerar cerca de R$ 24 bilhões em investimentos nos quase 8 mil km de ferrovia do país. Além da prefeita Marília Campos, empresários, prefeitos de várias cidades de Minas, deputados estaduais e federais e diversas autoridades participaram do encontro.
Durante a audiência, Marília solicitou a reativação da linha de trem de passageiros, que liga Betim, Contagem e Belo Horizonte, sem prejuízo para o transporte de carga; e a expansão da linha 1 do metrô de Belo Horizonte até a região do bairro Beatriz. Ela também destacou a preocupação com a possível interrupção do tráfego ferroviário no trecho que liga Minas Gerais a Bahia, que poderiam afetar a economia do estado e as operações de indústrias importantes, como a RHI Magnesita.
As ferrovias são vistas, por muitos especialistas, como um dos meios mais eficazes de locomoção de pessoas e mercadorias disponíveis, por serem mais limpos, econômicos e menos propensos a acidentes. “Temos defendido, de forma contundente, a busca por soluções para a melhoria do transporte público para a população. É preciso que se tenha foco no transporte de passageiros sobre trilhos, como uma alternativa para melhorar e baratear os custos dos deslocamentos”, disse a prefeita.
Ela lembrou que Minas Gerais é o único estado do país que tem um metrô com capacidade aquém do necessário e a única Região Metropolitana que não tem um trem funcionando. “Aqui, predominam carros e ônibus e eles são completamente insuficientes. Então, a minha proposta é, além das várias já colocadas aqui, que a renovação consiga compatibilizar o transporte de carga com o de passageiros, cumprindo seu propósito ambiental e econômico”, reforçou.
O montante das duas propostas apresentadas por Contagem, estimados em cerca de R$1,2 bilhões (valores de 2023), consumiriam uma pequena parte do valor da outorga e trariam benefícios agregados para toda a RMBH, beneficiando diretamente a população de Belo Horizonte, Contagem e Betim.